Ou não!
Se encontraram propositalmente. Ambos estavam lá buscando alguém.
Alguém que os salvasse de si próprios, alguém que desse novo sentido a vida amarga que levavam, alguém que os olhassem como possibilidade...
Procuravam alguém e acharam um ao outro.
Trocaram sorrisos, fluidos, prazeres... Momentos!
Mas não sanaram a busca. Não eram o que queriam para si.
Ele, chorando um amor perdido, sofreu nos ombros dela.
Ela, sem ter pra onde ir, encontrou sentido na vida ao consolá-lo.
E assim criaram laços que jamais serão desfeitos.
Ele ergueu-se do chão. Admirável, forte, capaz...
Ela o viu sob novo olhar. Encantou-se como jamais acreditou ser capaz novamente.
Apaixonou-se e imaginou-se correspondida...
Enganou-se!
Não esbravejou, não cobrou, não exigiu. Amor não se ganha no grito. Ela, então, retirou-se.
Ele, dela precisou. E ela não estava lá. Foi egoísta, pensou apenas nela e naquela paixão fantasiada.
Não se sabe se foi ela que permitiu a entrada dele a lugares onde não deixou que nenhum outro estivesse. Ou se ele foi entrando sem pedir licença. Invadindo doce e lentamente sua vida, até não mais ter como sair. Não se sabe, mas em meio a tudo isso, eles se uniram...
E quando ele, tão magoado, reclamou a ausência dela, relatou seus novos dramas e pediu sua companhia, ela enfim, entendeu que o amava sim e que era permitido amá-lo. Mais ainda, ela percebeu que era correspondida.
Soube naquele momento que os dois jamais seriam corpos e desejos. Mas pra sempre seriam almas ligadas. Amando, cuidando, querendo bem.
Não como um homem e uma mulher se querem, mas como irmãos que se importam, que desejam ao outro a mesma felicidade que querem para si...
Pensando bem... Eles vivem sim, uma história de amor.
E, ai de quem discordar!