Oi, sei que me lê.
Aliás, foi meu primeiro leitor, o único que me lia... Mesmo já me lendo sem daqui precisar.
Hoje sou uma confusão de sentimentos e dentre outros motivos há você.
Aquela ligação!
Vanessa? Vanessa? Ainda lembra de mim?
E eu paralisada, demorei a responder... Aquela voz trouxe à tona milhões de emoções perdidas no tempo.
O que aconteceu? Pq ainda lembra de mim? Pq não desistiu?
Eu não mereço você!
Você só precisava de alguém pra caminhar junto e o que eu fiz? Eu queria algo mais próximo e fácil, você não era.
E você teve razão quando disse que eu era uma rata de noitada e que um dia sentiria falta de alguém pra desejar boa noite depois da "noite". Eu senti!
Senti tudo que você disse que eu sentiria...
Você estava certo em tudo!
Faço uso das suas palavras: Egoísta, egocêntrica e mesquinha!
O fantástico mundo de Vanessa! Eu e meu umbigo gigante! E o deixei partir...
Você me assustou com suas ideias de viver junto pra sempre, de amar novamente, de ser só você e eu...
Eu queria tudo aquilo que tive, que vivi... Não sei se posso me arrepender de ter escolhido a mim.
Mas me arrependo de não ter sido sincera com você, de ter-lhe feito perder tempo aqui.
Acho que você me perdoa, né?!
Eu neguei seu amor e depois precisei tanto dele... Tanto!
Mas, mesmo hoje, depois de tudo que passei, depois de toda distância... Não sei se minha resposta é diferente.
E digo isso aqui pq não tenho, sequer, coragem de olhar nos seus olhos e conversar, como na primeira vez...
Eu incluiria covarde nos adjetivos que me atribuiu... Sou covarde!
Tenho medo de não corresponder, tenho medo de você me levar daqui, tenho medo de te amar, tenho medo de casar... Eu não sou casável, você não merece sofrer de novo.
Não fui capaz de ajudá-lo uma vez, não tenho o direito de lhe fazer sentir dor alguma hoje.
Hoje eu sei a diferença que faz ter alguém com quem contar nos momentos de dor.
Eu tive os meus e tive fieis escudeiras, bravas e fortes ao meu lado todo o tempo. Aquelas que me arrastavam da cama, me davam banho, escolhiam minha roupa, me maquiavam e me levavam pra rua. Aquelas que me ligavam todos os dias. Aquelas que me visitavam até quando eu dizia pro porteiro pra não deixar ninguém subir. Aquelas que não desistiram de mim...
Hoje eu posso dizer que lutei por, pelo menos, duas pessoas e vencemos juntos toda a dor.
E eu neguei tudo isso a você... Só pensei em mim, não te dei espaço e você, ainda assim, me amou.
Eu fui tão egoísta e tão orgulhosa, que nem de você escrevi aqui...
Não queria que se sentisse importante, mas você foi... E quando me surpreende com uma ligação daquelas fica difícil dizer que não é mais...
Mas, dessa vez, não serei igual. Você não precisa de ajuda. Já tá erguido, felizmente!
Não posso ser quem você quer e nem sei se quero ser... Se to pronta...
Não corroboro da ideia de um encontro descompromissado, pq não o será... Você sabe que não!
Se quiser me ferir, mande um e-mail. Assim posso ler em partes e destroçar cada parágrafo das suas palavras difíceis a meu modo, com calma, em paz...
E me punir novamente pela sua perda... Mas não me culpar por causar dor a nobreza de pessoas como você. Não me permito mais causar dor a ninguém...
Você sabe no que acredito. Tudo que dá errado pra mim é efeito do mal que causei a pessoas como ele e como você... Chega!
Minha vida tá um caos, prefiro a covardia do não envolvimento. Sim, covarde!
Eu sou!
Aproveite Niterói! Vá a
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Quilombo do Grotão,
Papagoiba. São todos a sua cara e são novidades pra você! Tenha uma overdose dos sambas da Lapa, das feijoadas de Madureira que você tanto gosta... Leve das férias no Rio boas lembranças! Você merece tudo isso!
Gosto demais de você para permitir que sofra de novo... Mesmo que isso soe falso aos seus olhos!
Não, eu não tenho coragem de te ver. Desculpe!