Presa em mim mesma.
Numa prisão onde eu sou a detenta e também a carcereira.
É como estar coberta de lama e presa em um emaranhado de correntes.
Minhas mãos estão presas. Meus pés não vão a lugar nenhum. Não consigo gritar.
Meu corpo está imóvel.
Não consigo externar nada do que está aqui dentro...
Mas eu ainda estou aqui!
Eu ainda vivo dentro dessa prisão em que me coloco dia a dia.
Eu ainda sinto tudo.
E me sinto tão viva...
Meu coração pulsa...
Minha cabeça fervilha em pensamentos, ideias, planos, sonhos...
Sim! Muitos sonhos!
Meu corpo parece morto, mas minha alma ainda está muito viva e eu sonho com o momento da minha liberdade.
Sinto vontade de destruir toda essa prisão que criei em mim.
Sinto vontade de gritar para que todos ouçam o quanto estou viva.
Vontade de correr.
Correr sem parar até chegar ao meu lugar no mundo...
Toda essa vontade explode em mim, mas estou presa.
Sinto vontade de rasgar essa pele.
Sair desse corpo que tanto desprezo.
Mostrar ao mundo o que tem aqui dentro.
Sinto vontade de viver...
Apenas viver...
Não estou vivendo.
Estou presa.
Presa aqui.
Presa em mim...
Não consigo me libertar.
Não aguento mais estar aqui dentro.
Não aguento mais essa prisão...