Dores que doem ali, também doem aqui

A dor alheia é tão visível.
Chega a ser palpável.
Cria um campo de força negativa que precede a pessoa, onde quer que ela vá.
O olhar condena o sorriso.
Os ombros condenam os passos frenéticos.
A aura condena a alma obscura.
Não há como disfarçar.
Sua dor cumprimenta a minha.
Almas que sofrem, se reconhecem...

Sábado a noite

Sábado a noite e sinto de novo a vontade de estar viva.
Quero sair...
Já passa dá uma da manhã, mas sinto vontade de me arrumar, me maquiar, usar um salto...
Nossa... Tem realmente muito tempo que não faço isso.
Me sentir bonita, sensual... Me sentir mulher.
Mas eu estou sozinha.
Não que isso me impeça de sair, nunca me limitei por isso, mas estou só...
Não quero conhecer ngm, ainda não tô na vibe, mas estar sozinha me incomoda.
Sábado a noite parece que isso fica um pouco mais intenso.

To descontando

Em todo mundo...
Mas a raiva é de mim.
Apenas de mim.
Que inferno!

Eu to sozinha

No inferno!
Estou melhorando da depressão. Sim, estou!
Mas sabe o que é pior?
Melhorar e perceber que vc vive numa merda.
Que vc é uma merda de ser humano.
Não é a doença que me faz pensar assim.
Eu tô bem e enxergo claramente.
Que lixo de pessoa eu sou.
Pobre, infeliz, medíocre.
Talvez eu nem estivesse doente. Talvez fosse só minha mente tentando me dizer que pode melhorar.
Mas a vdd é que não pode. Eu sou realmente esse monte de bosta.
Como posso ser esse monte de nada?
Nada dá certo pra mim. Nem vai dar.
Pq eu sou mundana. Gosto dos prazeres lixos desse mundo de cão.
Mereço a lama, pq até a morte é luxo pra mim.
É isso.
Inferno. Eu sou meu inferno.