Importar-se...

Vivemos um tempo em que se importar com o outro virou raridade.
As pessoas ignoram os próprios sentimentos. Agem como se o outro ñ sentisse também.
É legal fingir não sentir. Não se importar...
Feio é sentir... "Coisa mais besta, sô!"
E assim, vamos nos podando, nos limitando, fingindo...
E quando encontramos alguém que queremos que fique mais um cadinn, temos medo do ridículo que é admitir que nos importamos.
Ficamos naquela espera infantil de que o outro dê o primeiro passo...
E assim... As relações acabam sem q vocês se conheçam de verdade.
E quantas e tantas vezes já não passamos por isso ao longo da vida? Quantas pessoas chegaram e se foram sem que desse tempo de saber se ela se importava ou não?
De relação em relação, vamos cada vez demonstrando menos, cada vez sentindo menos. Cada vez mais rasos e superficiais. Sempre preparados pra dizer adeus. Preparados para partir e ver partir...

Bom... Eu me importo!
E tenho valorizado quem se importa também.
Valorizo quem me escuta, quem me dá conselhos ou até broncas, quem quer mais 5 minutinhos ao meu lado, quem faz questão de falar comigo todos os dias, que demonstra curtir minha cia.
Eu me importo muito e me importo todos os dias, mas a cada dia um pouco mais.

EU ME IMPORTO COM VOCÊ!

E isso é tudo.

Num mundo de relações pueris, valorizemos quem ainda se importa com o tempo ao seu lado.

Termino com uma passagem linda do meu xodó Pequeno Príncipe:

Que quer dizer "cativar"?__É uma coisa muito esquecida,  Significa "criar laços...".__Criar laços? Agora começo a compreender... Existe uma flor... Eu creio que ela me cativou...__É possível... Vê-se tanta coisa na Terra...

Depois de um certo tempo...

Você passa a dar mais valor a um "melhorou?" ou "Cadê vc? Sumiu hj" e o melhor: "Não vá embora agora. Fique mais um pouco, vc acabou de chegar!", do que um "Eu te amo" clichê.

Pq o que vale não é o que nos falam, mas o q nos causam.

Eu amo pessoas que me fazem bem. Que fazem com que eu me sinta bem. 

Pq na verdade, acho que é isso, não é? Nós curtimos a outra pessoa, gostamos do jeitinho, daquele sorrisinho de canto, daquelas bobeiras ou até daquela pintinha q vc acha linda... 

Mas o que nos faz amar ou não, é o que essa pessoa nos causa. O que ela nos faz sentir.

Aquele jeitinho que nos deixa encantada, aquele sorrisinho de canto que nos deixa amolecida, aquelas bobeiras toscas que nos fazem rir... 

Percebe o que realmente importa? 

Não é o que o outro é... É o que você sente, ou melhor, como vc se sente em relação a ele, ou na presença dele. E a presença pode sim ser de longe. Basta que a pessoa se faça presente na sua vida... Hoje em dia eu valorizo muito isso.

Amar..  Estar apaixonada... Enlouquecida... Enciumada... Não! Chega de tempestade!

Quero calmaria!

Hoje um "quero te ver, vem pra cá" ou "não tem problema, eu te busco" me seduzem muito mais do que qualquer romantismo meia boca.

É que um dia...

Nós passamos a nos importar menos com as fortes emoções que as paixões nos causam e passamos a apreciar mais a paz de um coração tranquilo.

A paz de estar bem consigo. A paz de ter seus próprios momentos...

E quando alguém chega e apenas contribui com essa tranquilidade, nós valorizamos muito mais.

Pq eu tenho uma preguiça de me apaixonar. De esperar por ligações, de criar expectativas vazias...

Eu quero paz... Quero curtir o que der pra curtir e se não der, curto a mim mesma.

Acho que enfim aprendi a ser feliz sozinha.

E qualquer um que chegue, será bem vindo se for calmaria. Sem pressa, sem pressão... Só sorrisos, momentos bons e sexo, muito sexo...

Nada de paixão, amor, loucuras, cobranças, extravagâncias... Nada de angústia... 

Apenas surpresas de dias que seriam comuns, mas ganham novos significados, novas cores, novos sabores...

E se tudo isso virar lembrança em breve... Serão boas lembranças. 

Lembranças de um tempo de paz... Paz compartilhada...

E isso massageia os corações que já tanto sofreram. Nos mostra que pra ser bom, não precisa doer...

Às vezes, temos a sorte de esbarrar com alguém assim.... 

E que sorte a nossa isso acontecer!

E acontece que...

Nossa vida toma rumos que jamais pensamos tomar.

Cruzamos com pessoas que jamais imaginávamos cruzar.

Sentimos e deixamos de sentir coisas que jamais precisaríamos que fôssemos capazes...

É assim que o tempo vai nos moldando.

A cada novo lugar. Cada pessoa nova. Cada novo sentimento. A cada nova falta de sentir...

Já não sinto mais como antes. 

Nem sei se sou capaz de sentir algo. Menos ainda se serei novamente.

Todo o "resto da minha vida inteira" que me deixou assim. 

Já nem sei se isso é bom ou ruim...

Acontece...

E aconteceu que...

Eu mudei!

Dia 03 de outubro

Não sei o que tem me deixado tão pensativa...

Mas o fato é que desde ontem, muitas ideias loucas rondam minha cabeça...

E hj, uma conclusão me assustou...

NÃO!

Eu não estou pronta para me relacionar com alguém. E nisso, devo dar razão um um velho ex amigo. 

Eu venho buscando nos outros, o que falta em mim. Busco qualidades que eu mesma não possuo. E atribuo a uma pessoa que nem ainda conheci, toda a minha felicidade e plenitude.

E isso não é possível. Mas é claro que não!

Como eu posso querer encontrar alguém equilibrado emocionalmente se eu mesma não sou? Vivo numa inconstância sem fim. Sequer me amo completamente. 

Como posso querer encontrar alguém belo se eu não chego nem perto do que "pra mim" é um padrão de beleza? Nunca estou satisfeita com meu corpo.

Como querer alguém saudável e pra cima, se vivo nesse poço de desânimo me maltratando, me afundando e deixo essa preguiça sem fim me dominar?

Pq querer alguém estabilizado financeiramente, se eu, mesmo sendo funcionária pública, não tenho um tostão furado e vivo mergulhada em dívidas ridículas que nunca acabam?

Como esperar alguém inteligente e com formação, se eu sou incapaz de concluir uma graduação e a arrasto por anos? Nunca aprendi outro idioma... Sequer leio a fundo sobre assuntos importantes...

Como posso esperar de alguém responsabilidade, se nem com meu trabalho sou responsável? Não sou assídua, nem pontual... 

Não consigo trocar de carro. Não sou independente dos meus pais financeiramente. Não posso me proporcionar viagens, passeios bacanas, conhecimento, cuidados com estética... 

Meu Deus... Eu não consigo nem deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquila pq as contas estão pagas, pq elas não estão.

Eu não me planejo. Não tenho metas. Não tenho nem planos... Acho que daqui há 10 anos, eu continuarei no mesmo lugar... Que bosta eu me dou de vida.

Acho que está na hora de colocar as coisas no lugar. Na verdade, sei que já passou da hora. Mas nunca é tarde...

Então vou propor a mim um prazo. 

Um tempo para faxina do corpo e da alma.

Um ano! No dia 03/10/16 eu posso estar bem aqui, deitada na minha cama. Mas com a alma leve.

Acho que em 3 meses me reorganizo financeiramente. Daí vou investir no fim da faculdade. Procurar um tema para temida monografia e mergulhar. Não vou traçar metas mirabolantes, pq provavelmente, irei me frustrar.

Mas arrumar minhas dívidas, terminar a faculdade e melhorar meu corpo... Ah, isso eu posso.

Saber que as contas estão pagas. Que não devo nada a ninguém. Saber que concluí uma coisa que ando arrastando há tantos anos e me sentir livre para o próximo passo. Saber que posso não ser uma gata garota, mas to feliz com o que vejo no espelho... São coisas que já vão mudar e muito minha vida.

Elevar minha autoestima, minha confiança. Ter orgulho de mim. Isso me fará alguém muito melhor. E sem dúvida, não me sentirei diminuída, nem perante a ninguém. Nem para encontrar um novo alguém. Nada de relacionamentos no momentos... Nada de conhecer pessoas.

Chega!

Já tem bagunça demais por aqui.

E vou começar hoje sim. Daqui há um ano eu vou me arrepender de não ter começado hoje...

Bora começar a faxina... Rumo a alguém melhor!

Triste...

Muito triste...

Triste por estar rodeada de pessoas que não são verdadeiras.

Por conhecer pessoas que não se importam com os sentimentos alheios.

Por saber que existe gente que ainda usa as pessoas como se fossem coisas.

É triste. É lamentável. É frustrante.

Eu nunca vou deixar de me surpreender com a capacidade do ser humano de ser hostil a troco de nada. De ser cruel. Se ser vil, baixo e sujo. Pq sempre acredito no melhor delas.

E que Deus me mantenha assim, sabe?!

Uma escolha...

Apenas uma!

E eu escolhi a mim.

Isso mesmo. Eu me escolho!

Escolho minha camisola soltinha. 

Escolho uma calcinha velha, larga, porém, confortável.

Escolho uma automassagem nos pés e nas costas.

Escolho dois analgésicos, um relaxante muscular e um antidepressivo daqueles que faz desmaiar de sono.

Escolho minha cama só pra mim.

Escolho não pedir, não implorar, não cobrar, não tentar.

Escolho hj, ficar comigo. 

Descansar, dormir. Deixar o corpo em paz. Desocupar a mente.

Sem paciência pra sexo louco. Sem saco pra sorrisos simpáticos. Sem vontade de embriaguez conjunta.

Adoraria descansar acompanhada? Obviamente!

Mas, infelizmente, não consigo pensar em ninguém para tal.

Então... Eu me escolhi pra dormir comigo.

E essa foi a minha melhor decisão de hj.

Boa noite! 

Incapacidades...

Hoje (21/09), toquei num assunto que jamais imaginaria falar pra mim. Pronunciar em voz alta.

Isso mexeu completamente com meu dia. Com minha cabeça, meus pensamentos...

Isso mexeu comigo.

Se Deus não põe em nossas vidas as pessoas por acaso, talvez hoje, eu tenha descoberto o pq de uma delas.

Uma rápida conversa, mas que me fez olhar pra dentro de mim. Me fez tocar em algo que eu permito que me limite. Me fez pensar, verdadeiramente, em um tratamento.

Não estou me sentindo bem comigo mesma. Não estou feliz. Não sei lidar com minhas incapacidades.

Mas o primeiro passo foi dado: Eu reconheço que sou incapaz!

Dói... Dói demais.

Mas, talvez, seja o princípio do confronto que devo ter comigo. Confronto que pode me levar ao caos interior.

E quem sabe se depois do caos eu não me encontre?

Quem sabe?

"Não serve pra casar!" poxa, Jura?

O texto abaixo, da jornalista Nathalia Ziemkiewicz, foi publicado no site pimentaria.

“A jornalista se colocou na pele de muitas mulheres para escrever este texto – ele não é baseado em fatos que ocorreram com ela”

Você andou dizendo por aí que não sou “mulher pra casar” porque “me comeu” no primeiro encontro. E, portanto, “não me valorizo”. Talvez você imagine que estou arrasada por não receber mais suas mensagens. Deixa eu te contar uns segredos. Quem disse que eu quero me casar? Que, se eu quisesse, seria com você? Não foi você quem CONSEGUIU me comer, fui eu que DECIDI te dar. A lógica é inversa. Eu me valorizo tanto que não preciso da opinião alheia para saber quem sou e quanto valho. Valorizo o que eu sinto, não represo meu desejo nem finjo ser outra para agradar seus padrões moralistas. Se você categoriza garotas assim, EU é que não te considero “homem pra compartilhar a vida”. Quero um cara que me enxergue muito além desse seu critério.

Porque, se eu transei na primeira ou na vigésima vez, não faz a menor diferença. Eu continuo gostando de Rolling Stones, cuidando da minha avó doente, planejando a próxima viagem exótica, passeando com a minha cachorra, tentando entender as raízes históricas da guerra entre Israel e Palestina, pagando minhas contas, cozinhando o melhor feijão do planeta, morrendo de rir com as amigas que cultivo desde a infância, sendo elogiada pelo meu desempenho profissional… A sexualidade é apenas uma das minhas facetas. Mas, para você, ela é nota de corte. É suficiente para me tornar desinteressante aos seus olhos. Entende como o seu machismo diz muito mais sobre você do que sobre mim? E quão rasa é a sua percepção sobre as pessoas?

A verdade é que tô aliviada. Agora EU posso fugir de você. Homens com esse tipo de atitude não aceitam mulheres bem-sucedidas, aquelas que eventualmente têm um salário maior que o deles. Também jamais admitiriam que eu tenha tido uma vida sexual ativa antes de conhecê-los. Ou que eu saiba fazer um boquete incrível (“onde essa vagabunda aprendeu isso?”) e fantasie com um ménage. Não duvido que me encheria de porrada se descobrisse que guardo um vibrador e me masturbo com frequência (“ela tem prazer SEM mim?”). Homens desse naipe tentariam me proibir de encontrar as amigas para beber, regulariam o tamanho da minha saia e fuçariam o meu celular. Credo.

Definitivamente, você só serviu para uma trepada mesmo. E, olha, confesso que esperava mais de você. Nunca namoraria um cidadão que não faz sexo oral e goza antes de me satisfazer. Acho meio antiquado e egoísta, sabe? O amor que eu almejo é generoso em todos os sentidos. Tem a ver com cumplicidade, igualdade e respeito. Veja, não estou convocando todas mulheres a transarem de cara. Estou defendendo o direito legítimo daquelas que tiverem vontade. Sem que essa atitude interfira na forma como elas serão tratadas no dia seguinte. O papo tá ótimo, mas agora eu preciso ir. Não imagine que te quero mal. Apenas não te quero mais.