sexta-feira, 8 de junho de 2018

Poderia a leveza ser um parágrafo de um texto pesado?

Minha mente está doente.
Entre quedas, recaídas e picos vertiginosos, eu seria capaz de um momento de leveza?

Passo pela cidade a caminho de casa e apenas observo. Prédios depredados, vias expressas "protegidas" com cercas, comunidades a beira das vias, milhões de caixas d'água, filas de carros com motoristas enfurecidos, jovens descalços que nos assustam para apenas vender biscoito, águas sujas. Cadê a leveza?

Estou em tratamento e algumas horas do dia sou atingida por uma inércia latente. Largo o celular e apenas olho para o além. Não penso em nada. Não tenho vontade de falar, nem de ouvir. De ler, nem de escrever, muito menos de argumentar. Não consigo me mover. Apenas paro ali naquele infinito de tempo que leva um minuto ou dois. Cadê a leveza?

Vejo minha vida escorrer pelos meus dedos. Meus melhores anos indo embora enquanto eu paro e olho com pensamento vago. Apenas uma observação vazia de alguém que não tem forças para agir. Cadê a leveza?

Leveza é sorrir sem se preocupar com o receptor. Sorrir com a alma. Apenas sorrir. 😊
Sorrir por acordar mais um dia. Sorrir por poder viver. Sorrir por dar e receber amor.
Leveza é viver sem culpa, sem amarras, sem padrões.
Leveza é amar sem esperar nada em troca.
Leveza é não sentir medo a cada minuto do dia.
Ser é leve é ser feliz.
Não uma felicidade comprada numa caixinha nos tamanhos P, M, G.
Não uma felicidade por ser bem sucedido dentro de uma imposição da sociedade.
Mas uma felicidade genuína.
Sem precisar ter nada. Sem precisar ser nada. Sem precisar poder nada.
Ser feliz apenas pq sim.
Essa deve ser a leveza da vida.
Então eu novamente me pergunto: cadê a leveza?

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