sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Halloween

Em homenagem ao dia das bruxas... Um pouco da essência da alma feminina:

PAGU


Mexo, remexo na inquisição 
Só quem já morreu na fogueira sabe o que é ser carvão 
Eu sou pau pra toda obra, Deus dá asas à minha cobra 
Minha força não é bruta, não sou freira, nem sou puta

Porque nem... 
Toda feiticeira é corcunda, 
Nem toda brasileira é bunda 
Meu peito não é de silicone, 
Sou mais macho que muito homem!

Sou rainha do meu tanque, sou PAGU indignada no palanque 
Fama de porra-louca, tudo bem, minha mãe é Maria ninguém 
Não sou atriz, modelo, dançarina 
Meu buraco é mais em cima

Porque nem... 
Toda feiticeira é corcunda, 
Nem toda brasileira é bunda 
Meu peito não é de silicone, 
Sou mais macho que muito homem!

Rita Lee

Nesse ritmo

Alter Ego

Me entregar pra que?
Se eu mesmo posso começar a me entender
Me atirar pra que?
Se eu mesmo caio quando faz por querer
E mesmo que eles só te peçam pra ficar
Não se prenda
E mesmo que eles só te façam conversar
Não se renda
Tudo vai passar, tudo sempre passa.
Me enganar pra que?
Se eu mesmo espero quando sai sem dizer
Mas se eu me solto é só porque não tenho tempo pra voltar
Pra dizer
E mesmo que eles só te peçam pra ficar
Não se prenda
E mesmo que eles só te façam conversar
Não se renda
Tudo vai passar, tudo sempre passa.

sábado, 18 de outubro de 2014

PROCURA-SE UM AMOR

Não precisa ser perfeito.
Não precisa ser para sempre.
Não precisa ser o maior de todos, desde que seja imenso.
Aceito defeitos de várias espécies, menos a indiferença.
Já vi no filme, na novela, no romance, e até na vida real (se bem que já faz um tempo.)
Sei que já foi mais freqüente, ou porque antes a gente era diferente, ou porque o mundo era outro, mas ouvi dizer que existe ainda.
É raro, eu sei, apesar disso procuro.
Pode ser louro, moreno, bonito, feio, médio, esquisito, muito magro, meio bronco, pode ter cabelo liso ou cacheado, não importa.
Se ele tiver alguma coisa de John Malkovitch misturado com Manoel de Barros, seria ótimo, mas não chega a ser exigência.
De preferência, que ligue todos os dias, sempre morrendo de saudade.
Seria lindo se ele me desse rosas vermelhas. (Mas também não precisa.)
Exijo apenas que ele me beije arrebatadoramente sempre que a gente se encontre, que ele fique pelo menos um pouco triste toda vez que a gente brigue, que ele fique bambo, às vezes, quase morto de desejo. (Não vou sugerir aqui a possibilidade de ele exagerar um pouco, se for preciso, para me deixar mais contente, apesar de saber que essa é uma solução possível.)
Procuro um amor de verdade. (Mesmo que ele minta, muito raramente.)
Estou plenamente consciente de que não é fácil.
Que dá trabalho.
Medo.
Insegurança.
Dúvida.
Dívida.
Traz cobrança.
Problema.
Sofrimento.
Ainda assim, estou preparada para arriscar, chorar, me descabelar, me virar, rebolar, me atirar do 8º andar, se valer a pena.
[...]
Juro que, para me inspirar, vou ler muita poesia.
Me comprometo a ser doce, louca, carinhosa e compreensiva, na medida do possível.
Garanto aprender culinária, se isso for imprescindível.
Faço qualquer negócio.
Só não quero me jogar e depois ouvir um “ah, porque não sei que lá”.
Porque não sei que lá, nada. Aceito tudo, a não ser desculpas esfarrapadas.
Faço questão de um mínimo de certeza, o suficiente para viver alguns dias felizes e algumas noites muito quentes.
Não abro mão de uns poucos detalhes: segredo no ouvido, muita libido e pelo menos um olhar apaixonado por semana.
O ideal é que o começo seja explosivo e o final – se houver final – seja por alguma razão inevitável. (Se não for o ideal, não faz mal. Tudo tem os seus defeitos.)
Não é difícil me encontrar.
Tenho uns 20 e tantos anos, tenho lá os meus encantos, me chamo Suzana, Marina, Tatiana, Isabela, Ana Cecília, Karina, Beatriz, Daniele, Sabrina, Pollyana, Sarita, Manuelita, Simone, Malena, Érika, Gabriela, Camila, Carolina, Mariana, Beth, Natara, Janaína, Josane, Thaís, Ronielle, Maria, e estou espalhada pelo mundo inteiro.


Adriana Falcão, crônica Procura-se um amor, publicado na Veja Rio, 27 de novembro de 2002.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Vitoriosa

Quero sua risada mais gostosa
Esse seu jeito de achar
Que a vida pode ser maravilhosa...


Quero sua alegria escandalosa
Vitoriosa por não ter
Vergonha de aprender como se goza...


Quero toda sua pouca castidade

Quero toda sua louca liberdade

Quero toda essa vontade
De passar dos seus limites

E ir além, e ir além...



Ivan Lins

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