sexta-feira, 6 de abril de 2012

Homem difícil


"Bastam um olhar e um decote.
Alguns ainda dificultam um pouco, esperando uma ou outra piadinha mais elaborada.
Mas a maioria topa mesmo sem esforços cerebrais.
Pegar um homem é das coisas mais banais que existe. Acabaram os bons partidos que precisam de intimidade para se soltar. De tempo para se doar. De trocas intelectuais para se excitar. De abraços e mãos dadas e juras de amor para sentir prazer. De risos e conversas malucas e indicações de filmes e trocas de livros para se interessar. De meses e meses de historinhas e almoços e jantares e festas para adormecer ao lado.
A transa deixou, faz tempo, de funcionar como um prêmio, um mérito, uma medalha, um troféu.
A sensação de: 'esse cara é para poucas, para quase nenhuma, só para mim', foi substituída por 'umas três amigas minhas já pegaram e disseram que é bom'.
É quase como se eles viessem em catálogos, com indicações de mulheres conhecidas, que dão notas. É tipo fazer compras no Mercado Livre.
Fica difícil 'ter interesse' no cara que já virou quase um objeto num mesmo grupinho de amigas.
Fica difícil amar ou querer casar com um cara que sensualizou com todas elas.
Então você vai querer esse protótipo que todas as suas amigas já repassaram?
Quer dizer, podemos até reparar nele, mas, depois dos 30, que graça tem conquistar um cara que pega qualquer uma?
Que mulher vai realmente querer para pai dos seus filhos o cara que penetrou metade da população de sua cidade?
Quero parar e quero um bom moço que mereça que eu pare.
Com alguma maturidade, preferimos o homem difícil, dedicado, bom moço, para casar.
Aquele que, em vez de nos trazer bactérias e longas noites sem resposta, provoca uma vontade nova e profunda e verdadeira de ser uma grande parceira de vida para alguém."

[Tati Bernardi]

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