sexta-feira, 26 de novembro de 2010

EX

Tá bom... Eu já sei que esse assunto já deu tudo que tinha que dar... rs
Assisti um filme que dizia que durante nossas vidas acumulamos muitas coisas das quais não conseguimos nos desfazer. É como se guardássemos num velho porão para, quem sabe, um dia rever, ou talvez só guardamos um pouco pq já já vamos precisar, ou quem sabe ainda, deixamos guardadas pra usar no momento certo.
Só que quanto entram no maldito porão ficam esquecidas e com o tempo ficam empoeiradas e enferrujadas, perdendo totalmente o sentido. Nós acumulamos essas coisas velhas. Na verdade, elas tornam-se velhas, exatamente, pq deixamos de usá-las no momento certo.
São como as coisas que fazemos ou deixamos de fazer, dizemos ou deixamos dizer...
Um dia desse resolvi tirar umas coisas velhas do porão...
Nem preciso dizer que sofri com isso. É óbvio!
Acabei revivendo aquele monte de poeira... Mas no fim das contas... Foi bom!
Me fez chegar a algumas conclusões sobre tudo.
Primeiro parei de me culpar. Minha nossa... Como eu me culpava por tudo que aconteceu!
Sim, eu saí de casa, eu o larguei. Isso é fato e nunca será mudado! Ele disse que não me bastava e que se eu não saísse dessa vez, sairia em outra, pq não era a primeira crise que eu tinha...
É verdade! Desde o namoro foi assim. Sempre tive crises dessas. Vontade de viver, de ser solteira, de zuar tudo... Se não fosse dessa, seria da próxima mesmo, não há como negar.
Ele estava certíssimo. Mas isso tudo foi culpa dele e não minha.
Ele me desenhou, ele me criou. Eu costumo dizer que fui educada duas vezes. Uma pelos meus pais e outra por ele.
Ele é mais velho, mais vivido e sempre acabou me direcionando em tudo. Eu o admirava e me espelhava nele. Me tornei dependente, me adaptei a ele completamente.
Assim, deixei de ser eu. Não tive tempo pra me conhecer, pra obedecer as minhas escolhas, ou melhor, pra saber se eu, pelo menos, poderia ter escolhas.
Eu era o que ele queria que eu fosse e nem percebia. Mas, num determinado momento, eu deixei de querer de ser a criança dele. Deixei de querer ser guiada por ele. Quis fazer meu próprio caminho, e aí?
Ele não quis me acompanhar!
Se recusou. Me viu escapar por entre os dedos e ainda assim não fez nada. Plenamente justificável, pois ele mesmo disse que acreditava que jamais me perderia... Mas perdeu!
É claro que depois eu quis voltar, pq vi que tudo que eu tanto queria era sem graça e vazio.
Depois de quatro meses perdeu a graça. Aí eu ví que quem tinha perdido era eu.
Um dia desses, minha prima me perguntou se eu pudesse voltar no tempo, se faria algo diferente e quanto tempo voltaria... Pensei tanto nisso...
No início cheguei a pensar que voltaria para o primeiro ano do meu casamento. Na época em que éramos tão duros que chegava a ser engraçado. Era tudo tão perfeito, mesmo faltando um monte de coisas... Nada importava...
Mas depois pensei melhor e mudei de ideia.
Voltaria no tempo sim, e faria tudinho diferente.
Voltaria aos 15 anos e nem teria começado a namorá-lo.
Assim ele não conduziria minha vida. Eu mesma faria a minha história. Não namoraria ninguém, pelo menos, nada muito sério.
Seria uma adolescente cheia de erros e conflitos, beijaria muito na boca e até contaria umas mentirinhas pra minha mãe. Tomaria o primeiro porre com amigos de escola, experimentaria uns cigarros, colaria em algumas provas... Enfim... Uma adolescente normal, como todas as outras, não um projeto de coroa como eu sempre fui.
E aí, depois de um tempo eu namoraria sério e terminaria, namoraria de novo, namoraria até com ele se tivesse a oportunidade, mas não cederia tanto...
Acho que de um jeito ou de outro ele passaria pela minha vida, mas se a proposta é voltar e fazer tudo diferente, gostaria que fosse assim.
Uma pq, eu ñ acredito mais em metade da laranja, alma-gêmea, tampa da panela (odeio tampas e panelas... rs). Posso estar meio desiludida, mas eu acreditava que ele era minha metade e que eu poderia rodar o mundo todo, mas ficaria velhinha ao lado dele. Não deixei de amá-lo e tenho medo de nunca mais amar outra pessoa, pelo menos, do jeito que o amei eu tenho a certeza que não. Mas eu me anganei. Pra mim ela era a minha metade, mas eu não era a metade dele... E acho que isso não existe, né?! [Ou será que eu sou sem metade?! Igual as minhas tias? Será? Nossa... Fiquei com medo agora... rs]
Viagens à parte... A verdade é uma só: Fui feliz ao lado dele, mas não me acrescentou em nada. Passamos muitos anos juntos e não construímos nada... Talvez não estivéssemos nos lugares certos e nem com as pessoas certas e se for isso mesmo... Foi só uma perda de tempo.
Minha pele não é mais a mesma de quando eu tinha 16 anos. Nem meu corpitcho, nem meu lindo rostinho...
Por mais que eu tenha curtido muito os últimos meses, não sou mais adolescente e cometer erros hoje tem punições muito severas...
Sou uma mulher com quase 30 anos com a sensação de ter perdido 10.
Não quero enchê-lo de defeitos. Seria muita hipocrisia falar mal do homem que amei e que, de certa forma, ainda amo. Ele é uma pessoa maravilhasa, mas não quis me deixar ser eu...
Bom... Pelo menos, agora acho que ele aprendeu isso...
Mas eu continuo com 10 anos perdidos... Nunca os terei de volta...
Acho que as mágoas estão se dissipando, assim como minha sensação de culpa... Fomos errantes!
Meu único medo agora é recomeçar e errar de novo... Tipo, cometer os mesmos erros, sabe?
E só... No mais... To deixando rolar.

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